sexta-feira, 9 de março de 2012

Não queremos flores, queremos nossos DIREITOS.

08 de março, em Teresina, as mulheres dizem que não querem apenas flores, presentes e tapete vermelho. As mulheres querem a garantia que os seus direitos serão cumpridos; que sua saúde terá assistência de qualidade, pública e gratuita; assim como a educação, a moradia.  Nós, mulheres, queremos o fim da violência, o fim da desigualdade de gênero imposta pelo patriarcalismo e por esse sistema capitalista que tanto nos reprime.

Para reivindicar esses direitos que lhes são negados diariamente, as mulheres piauienses foram às ruas do centro da capital, nesse oito de março, dia Internacional da Mulher, para exigir respeito dos governantes do estado do Piauí.





Quinze trabalhadoras rurais tiveram a “audácia” de pular as grades do Palácio do Karnak,sede do governo estadual, para protestar e chamar a atenção da sociedade para os desmandos do governador Wilson Martins (PSB), que não repassou o dinheiro da Garantia-safra para 35 municípios do interior do estado, que estão sofrendo com a escarces de chuvas na região. Outros pontos de reivindicação das trabalhadoras é a falta de políticas para a saúde da mulher, educação de qualidade, combate a violência doméstica, dentre outras questões








Ao entrarem no jardim do Palácio do Karnak, uma das mulheres foi agredida por um dos policiais que fazem a segurança do local. Neinha, negra e trabalhadora rural levou um soco do homem, que é pago para servir a sociedade. Esse foi o presente do governo do estado para as mulheres piauienses.




Entre as mulheres que estavam na ocupação haviam grávidas e idosas, todas vindas da cidade de Campo Grande, localizada na microregião de Picos, sul do Piauí. Essas lutadoras saíram de suas casas na madrugada do dia 08 e muitas estavam sem se alimentar. Após horas dentro do palácio, por conta do calor de 40º graus, da fome e da falta de resposta do governo, as trabalhadoras pediram para sair do prédio. O pedido não foi atendido pelos comandantes da polícia militar e só após muita discursão as mulheres foram liberadas. 




Estudantes, trabalhadoras urbanas e trabalhadoras/es da educação municipal e estadual que atualmente estão em greve. foram para a frente do Karnak fortalecer o coro das trabalhadoras rurais.







Enquanto isso, o governador Wilson Martins estava dentro do prédio em uma grande e pomposa festa em comemoração ao dia da mulher, dando inúmeras declarações para os grandes veículos de comunicação da capital sobre como o estado está bem, como as mulheres são tratadas como prioridade pelo seu governo. Nenhum dos jornalistas que estavam dentro do prédio teve a dignidade de ir lá fora e ouvir os gritos das trabalhadoras.





 Que ordem é essa imposta por esse estado “democrático de direito” em que o governador trata seu câncer no hospital Sírio Libanês ao mesmo tempo em que as trabalhadoras de todo o estado só tem a sua disposição 29 mamógrafos, que os hospitais do interior não funcionam, que os/as trabalhadores/as da educação e da saúde estão em greve por falta de condições dignas de trabalho, em que o teto da biblioteca da Universidade Estadual cai e destrói boa parte do acervo, em que policial bate em mulher, em que jornalista se nega a ouvir a população que grita ao seu lado.

Enquanto todas essas injustiças não forem superadas, enquanto o nosso sofrimento não virar alegria, enquanto tivermos que lutar para termos nossos direitos básicos garantidos, nós faça um favor: não nos presentei, não nos deem flores, nem parabéns, nos deseje força e coragem porque ainda temos muitas lutas pra vencer!




TOTAL APOIO A LUTA DAS TRABALHADORAS RURAIS DE CAMPO GRANDE-PI

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